segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Querem peixe? Vão ao mercado..., por Paulo Lopes


Boa tarde!

Claro que nada do que vou contar terá interesse comum a não ser para os pescadores como o amigo João Novo (ou pecadores) mas, quer queiram quer não, vou contar o meu dia de ontem:
Agarrei nas minhas canas de pesca; mochila devidamente preparada com todos os apetrechos necessários e convenientes para o que tinha idealizado (incluindo o farnel) e tudo para dentro da minha velha carripana que serve exactamente para estas funções (e outras)! 
Desloquei-me ao local indicado para "apanhar" o comparsa que arquitectou esta saída (não fosse ele arquitecto) e prego a fundo que se faz tarde!

Estrada para Alfarim, desvio para os Fornos, direitos à Praia das Bicas!
- Não, o mar está muito luso, não dá! 
Dizia-me o arquitecto que também sabe pescar sem réguas nem espaldar!

Estrada com o "bicho"! 
Caminhamos para norte, direitos ao Cabo Espichel por caminhos sinuosos que o velho Tempra não se fez rogado (mas eu desconfiado que não tarda ficamos aqui num buraco).
Chegados ao local previsto, vai de mirar o mar lá em baixo no seu ondear constante fabricando uma branca espuma num vai e vem que só o mar sabe fazer!

Vamos experimentar - disse o meu comparsa (porque ele é que entende destas coisas de mar e mar há ir e voltar, com ou sem peixe)!
E descemos, ziguezagueando os trilhos já batidos (tal serra de Mapé), em direcção aos peixes!

O tempo que demorámos não contabilizei! 
Sei que nem pousámos as canas nem tirámos as mochilas que já começavam a fustigar as costas: 
É pá!!! 
Isto está muito bravo!!! 
Não dá para pescar! 

Eu sempre disse que o homem percebe da poda e realmente, pescar ali, era passaporte para ficarmos sem material, bem molhados e quiçá, coisa pior!

Volta a subir em direcção a Norte do cabo e direitos a outro pesqueiro!
Mais um sobe e desce, desce e sobe! 
Caminha, caminha pescador que o peixe está mesmo ali ao virar da rocha! (Caminha era onde eu estava bem há umas horas a trás).

E lá chegámos a outro pesqueiro: um abismo a não sei quantos metros do mar (e o peixe lá em baixo à espera dos nossos anzóis carregadinhos de camarão que ainda não tinham saído da mochila)!
Finalmente as costas aliviaram do peso e, antes de mais nada, ataque ao farnel que já eram horas!

A maré é só à 15:30! 
Se começarmos a pescar duas horas antes já é bom! 
Claro que isto dizia-me o comparsa porque, para mim, a altura de pescar é quando chego ao local!
Farnel meio desgastado e sorvido; canas a postos com boias pesadas para se conseguir atingir o mar, lá em baixo, muito em baixo!

Primeiros lançamentos, menos mal: atingiu o objectivo: água!
- Estão a picar! Falou o arquitecto! ( a mim não, pensei eu). 
Mas se picavam, não ficavam!
Segundo lançamento de minha parte: boia nas rochas! 
Boia perdida agarradinha ao anzol cheio de camarão!

O vento levantou-se do seu adormecer e soprava!
Soprava cada vez mais forte e nós em cima do precipício a olhar o mar cheio de peixe que não apanhávamos!
Canas arrumadas! 
Mais umas trincadelas em qualquer coisa comestível! 
Uma boa dose de água porque o caminho era longo e sinuoso num sobe e desce, desce e sobe pelos trilhos já recalcados (já disse que são idênticos aos da serra de Mapé, não disse??).

Ao fim de "muito" tempo de longo caminho (tão longo como este texto), lá estava, sossegadinho, o "burro" para transportar dois burros que tiveram a esperteza de não apanhar peixe só para não terem ainda mais peso nas costas já cansadas.
Querem peixe??? 
Vão ao mercado!

domingo, 28 de janeiro de 2018

O ex-furriel..., por Duarte Pereira


O ex-furriel.
Fui para onde fui com a preparação "condensada".
Lá cheguei, analisei e pensei que seria uma "guerra" defensiva.


Só me deram um ano como "defensivo".
Em 1973 graduaram-me em "ofensivo".
O "macaco" já tinha um ano de experiência.



Em 1973 deixei de frequentar a "messe respetiva". (Macomia). 
Deixei de conviver no quartel (Macomia).
Quem da minha patente, ex-furriéis, se poderia lembrar de mim?
A "malta" da C.C.S. se eu estava ausente?




Tinha um quarto fora do quartel que chegou a ser só meu depois da fatalidade do Alferes Fortes.
Se soubesse o que sei hoje, estaria mais presente no quartel e acompanhar mais com a "malta" que lá dormia. 

Pelas fotos que tenho visto, houve farras, confraternizações e não há nenhuma foto minha.



Neste momento o Paulo Lopes estará mais orgulhoso por me conhecer.
Não convivia com o Encarnação, que hoje entrou no grupo. 
Pelo pouco contacto sabia que não era burro, pelo menos muito burro.

As viaturas não tinham problemas. 
Um condutor do "Pincha" ensinou-me a andar com aquilo. 
Depois passei para o unimog e ia-me espetando. 
Cheguei a andar uns 50 m de Berliet. 

Em Macomia guiei o Jeep do Capitão que era mais do Encarnação, porque andava sempre em "afinação".
Aquele Jeep se falasse e ainda se lembrasse, gostaria de ouvir algumas histórias.

Resumindo. 
Passei despercebido naquela "guerra". 
Haverá poucos graduados nesta página. 
Para mim, os poucos soldados que procurei comandar ou que me ajudaram a comandar é que contam. Infelizmente há poucos ou nenhuns.

Retirado das memórias não escritas do nosso "menino" Sr. Duarte Pereira. 
Desconhecido em Macomia.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Hoje é o dia do Sr. Marcelino, por Duarte Pereira



Hoje é o dia do Sr. Marcelino.
Vamos escrever qualquer coisa.
Só o seu nome é um hino...
Nosso amado Marcelino.
Devia tocar violino.
É um cordas interino.

Quando escreve, atenção.
Quase sempre com razão.
Ai de nós que diga não.
Uma faísca, explosão.
Tudo em "ino" tudo em "ão"
A vida é uma brincadeira
Os que por aqui estão
Têm o cu na cadeira.
Que recorde este dia
por uns dias.
Um aperto de mão das comadres.

Este poema do nosso amigo Duarte Pereira estava guardado há uns anos e vê agora a luz do dia...